Sabia que o funcionamento intelectual pode ser preservado ou mesmo melhorado mediante a prática mental regular? E que as pessoas mais velhas têm uma ampla capacidade de reserva que lhes permite compensar a limitação de algumas capacidades?
Ritual: Sobretudo se já sentiu sinais de redução de capacidades intelectuais, estimule-as uma vez por dia, através de pequenos exercícios de “ginástica mental”.
Geralmente, a experiência e a prática que cada um de nós desenvolve ao longo da vida mantêm a capacidade que necessitamos para a resolução mental de uma boa parte das questões e problemas diários. No entanto, e sobretudo no campo profissional, a tendência é a de uma progressiva “especialização mental”, anulando ou limitando o sentido crítico, a espontaneidade e a criatividade.
Existem diversos fatores – como biológicos, pessoais e sociais - que, com o passar dos anos, podem influenciar o nosso rendimento intelectual. Contudo, estes não são responsáveis por alterações significativas na nossa capacidade mental, que permanece disponível para ser estimulada.
A prática de uma atividade mental regular surge, então, não só como uma forma de prevenção (antes que notemos a diminuição da nossa capacidade em fazer algo), mas é especialmente útil quando existem sinais efetivos de que diminui o nosso rendimento mental. Em qualquer uma das hipóteses, o exercício mental surge como um poderoso retardador do envelhecimento cerebral, sustentando a maior parte da execução das nossas capacidades mentais. Pode imaginar-se no cérebro como um músculo, que ao ser estimulado através da aprendizagem e “treino”, se mantém jovem, são e ativo.
Deve manter-se intelectualmente ativo, em todas idades, mesmo as mais avançadas. Até porque, tanto quanto se sabe, há sempre tempo para recuperar aquilo que foi esquecido!
A CONSIDERAR:
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Pratique “ginástica mental” a sós - utilizando por exemplo livros sobre dinâmicas mentais e memória específicos para o efeito -, e também em grupo, programando propositadamente atividades que o levem a executar tarefas mentais que normalmente não pratica. Tal como qualquer outra “ginástica”, também esta exige ser feita de forma continuada e sistemática. E tempos de repouso e recuperação!
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Aproveite os tempos mortos do seu dia a dia (p.ex., deslocações nos transportes públicos, enquando espera por ser atendido, ou na fila no supermercado) para memorizar ou procurar detalhes de forma deliberada, testando a sua memória. Alguns exemplos possíveis: “Quantas pessoas loiras estão aqui?” “Qual a cor que predomina na roupa das pessoas?” “Quantas pessoas usam óculos?”, etc...
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Outra hipótese será fechar os olhos e tentar recordar, com o máximo de detalhe possível, uma pessoa, uma situação, um contexto que não está a ver nesse momento (p.ex., descrever uma divisão da sua casa) ou até uma atividade que fez uma hora atrás.
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Quando sai à rua para passear, procure escolher caminhos alternativos para chegar ao mesmo destino e, dessa forma, diversifique os seus percursos e o conhecimento que tem deles.
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Faça alguns dos jogos intelectuais que veem nas revistas ou jornais (p.ex., sudoku, palavras cruzadas, descubra as diferenças) ou, se isso não o agradar, procure aprender novas tarefas como a utilização da Internet. Porque não até começar a fazer as contas do dia a dia de cabeça?!
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Comprometa-se com novos projetos e relações: renove a sua educação frequentando centros de adultos (universidades seniores) ou inicie uma atividade que sempre pensou em aprender (pintar, aprender outros idiomas, praticar uma modalidade desportiva, …)
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Esforce-se em tarefas que requeiram atenção e concentração: não deixe de ler, de ir ao cinema, de ir ao teatro, de conduzir, de assumir o papel de avô(ó), de aplicar-se em hobbies, atividades manuais e de bricolage.
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Seja disciplinado nos seus hábitos de sono, na manutenção da sua saúde e na sua forma física, de forma a fazer da sua vida diária um método, em si mesmo, de ativação mental.
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